24 de mai. de 2011

Tarefa da Semana (23/05/2011 a 27/05/2011)

Entrega do caderno no dia 27/05/2011.
Não se esqueça de fazer as ilustrações de acordo com as técnicas das aulas de Artes.
Beijos
Solange :)

15 de mai. de 2011

Texto da Semana (16/05/2011 a 20/05/2011)

A6


PLANETA ÁGUA


Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um
Profundo grotão
Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão...

Águas escuras dos rios
Que levam
A fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população...

Águas que caem das pedras
No véu das cascatas
Ronco de trovão
E depois dormem tranquilas
No leito dos lagos
No leito dos lagos...

Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d'água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão...

Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris
Sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas
Na inundação...

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra...

Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água...


                            
Guilherme Arantes

Texto da Semana (16/05/2011 a 20/05/2011)

A7

Monte Castelo

Ainda que eu falasse a língua do homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.


É só o amor, é isso o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.


O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.


Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.


É um não querer mais que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.


É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.


Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem.
Agora vejo em parte. Mas então veremos face a face.


É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.


Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.

                       Renato Russo - Adapt. ˜I Coríntios 13"e "Soneto 11" de Luís de Camões.

Texto da Semana (09/05/2011 a 13/05/2011)

A6
AS BORBOLETAS
Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então...
Oh, que escuridão!   Vinícius de Moraes

Texto da Semana (09/05/2011 a 13/05/2011)

A7

CLASSIFICADOS POÉTICOS

Procura-se algum lugar no planeta
onde a vida seja sempre uma festa
onde o homem não mate
nem bicho nem homem
e deixe em paz
as árvores da floresta.


Procura-se algum lugar no planeta
onde a vida seja sempre uma dança
e mesmo as pessoas mais graves
tenham no rosto um olhar de criança.


Troco um fusca branco
por um cavalo cor de vento
um cavalo mais veloz que o pensamento
Quero que ele me leve pra bem longe
e que galope ao deus-dará
que já me cansei deste engarrafamento...


Perdi maleta cheia de nuvens
e de flores,
maleta onde eu carregava
todos os meus amores embrulhados
em neblina.
Perdi essa maleta em alguma esquina
e algum sonho
e desde então eu ando tristonho
sem saber onde pôr as mãos.
Se andando pelas ruas
você encontrar a tal maleta,
por favor, me avise em pensamento
que eu largo tudo e vou correndo...


Vende-se uma casa encantada
no topo da mais alta montanha.
Tem dois amplos salões
onde você poderá oferecer banquetes
para os duendes e anões
que moram na floresta ao lado.
Tem jardineiras nas janelas,
onde convém plantar margaridas.


Tem quartos de todas as cores
que aumentam ou diminuem
de acordo com o seu tamanho
e na garagem há vaga
para todos os seus sonhos.
                                    Roseana Murray

18 de abr. de 2011

Textos da Semana (18/04/2011 a 22/04/2011)

A6

   Oito Anos
                        Paula Toller


Por que você é Flamengo
E meu pai Botafogo?
O que significa
"Impávido colosso"?

Por que os ossos doem
enquanto a gente dorme?
Por que os dentes caem?
Por onde os filhos saem?

Por que os dedos murcham
quando estou no banho?
Por que as ruas enchem
quando está chovendo?

Quanto é mil trilhões
vezes infinito?
Quem é Jesus Cristo?
Onde estão meus primos?

Well, well, well
Gabriel...

Por que o fogo queima?
Por que a Lua é branca?
Por que a Terra roda?
Por que deitar agora?

Por que as cobras matam?
Por que o vidro embaça?
Por que você se pinta?
Por que o tempo passa?

Por que que a gente espirra?
Por que as unhas crescem?
Por que o sangue corre?
Por que que a gente morre?

Do que é feita a nuvem?
Do que é feita a neve?
Como é que se escreve
Réveillon?


A7

     O mapa
                 Mário Quintana


Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(E nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

8 de abr. de 2011

24 de mar. de 2011

Textos da semana (28/03/2011 a 01/04/2011)

A6

Pedro Bandeira (de Luna Filho) nasceu em Santos, SP, em 9 de março de 1942, onde dedicou-se ao teatro amador, até mudar para São Paulo a fim de estudar Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP). Morando então na capital, casou-se com Lia, com quem teve três filhos: Rodrigo, Marcelo e Maurício. Ah! E tem duas netinhas: Melissa e Michele. Além de professor, trabalhou em teatro profissional até 1967 como ator, diretor, cenógrafo e com teatro de bonecos. Mas desde 62, Pedro já trabalhava também na área de jornalismo e publicidade, começando na revista "Última Hora" e depois na Editora Abril, onde escreveu para diversas revistas e foi convidado a participar de um coleção de livrinhos infantis. O primeiro livro "O dinossauro que fazia au-au", voltado para as crianças, fez um grande sucesso. Mas foi com "A Droga da Obediência", voltado para adolescentes - que ele considera seu público alvo - que ele se consagrou. Até julho do ano passado, o livro estava prestes a atingir a marca de 1 milhão de exemplares vendidos em todo o País. Desde então, a partir de 1983, Pedro Bandeira dedicou-se inteiramente à Literatura. Ele garante que a experiência em jornais e revistas o ajudaram como escritor, uma vez que o jornalista é obrigado a estar preparado para escrever sobre quase tudo.

"Eu fazia de tudo: escrevia para revista de adolescente e para publicações técnicas. Fui aprendendo a criar um estilo para cada público. Também fui estudar Psicologia e Educação para entender em que faixa etária a criança acha o pai herói, com qual idade acha ele um idiota e quando está pronta para questionar tudo e todos. Sem esse conhecimento é impossível criar um personagem com o qual o leitor que você pretende atingir se identifique."

A inspiração para cada história, segundo o autor, vinha de livros que leu e nos acontecimentos de sua própria vida. Criatividade nunca faltou ao santista, mas quando isso acontece, Pedro abre o e-mail de seu computador e começa a ler as mais de 300 mensagens e cartas que recebe semanalmente de seus leitores de todo Brasil.

"Às vezes tiro ideias das cartas porque o conteúdo das mensagens são os mais diversos. Tem quem pede conselho sentimental, outros dizem que não se dão bem com os pais e já recebi até carta de presidiário. Tento responder a todas."

Pedro Bandeira é o autor de Literatura Juvenil mais vendido no Brasil (8,6 milhões de exemplares até 2002) e, como especialista em letramento e técnicas especiais de leitura, profere conferências para professores em todo o Brasil. Já escreveu mais de 50 livros, entre eles a série "Os Karas", "A marca de uma lágrima", "Agora estou sozinha...", "A hora da verdade" e "Prova de Fogo". Atualmente vive em São Roque.

        Identidade

Às vezes nem eu mesmo
 sei quem sou.
Às vezes sou
“o meu queridinho”.
Às vezes sou
moleque malcriado.
Para mim
tem vezes que eu sou rei,
herói voador,
caubói lutador,
jogador campeão.
Às vezes sou pulga,
sou mosca também, que voa e se esconde
de medo e vergonha.
Às vezes
eu sou Hércules,
Sansão vencedor,
peito de aço,
goleador.
Mas que importa
O que pensam de mim?
Eu sou eu,
sou assim,
sou menino.




A7

Quando a esposa de Machado de Assis morreu, o escritor, muito triste, escreveu um poema, um verdadeiro réquiem, no qual se despede de Carolina.
O soneto, intitulado "A Carolina", faz parte do livro "Relíquias de Casa Velha", publicado em 1906, e foi o último escrito pelo autor. O também escritor Manuel Bandeira destacou este poema como uma das peças mais comoventes da Literatura Brasileira, de acordo com o "Almanaque Machado de Assis".
O livro "Toda Poesia de Machado de Assis", de Cláudio Murilo Leal, que reúne pela primeira vez toda a obra poética de Machado de Assis, apresenta o poema e traz uma breve análise.

                       A Carolina

Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.

Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.

Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa separados.

Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.


Carolina Augusta Xavier de Novaes e Joaquim Maria Machado de Assis casaram-se no dia 12 de novembro de 1869 e viveram uma plácida e amorosa vida conjugal durante 35 anos. A morte da esposa, em 1904, deixa Machado abatido e queixoso. Em carta a Joaquim Nabuco, datada de 20 de novembro do mesmo ano, escreve, lamentando-se: "Foi-se a melhor parte da minha vida, e aqui estou só no mundo.".
Em 1906, depois de terem sido publicadas as Poesias completas, o poeta escreve seu mais pessoal e profundamente sofrido poema, um verdadeiro réquiem, intitulado "A Carolina". Talvez, para não demonstrar vestígios de um sentimentalismo piegas, Machado elege uma forma poética que reverencia também, sutilmente, o tom e a textura camonianos. Essa aproximação estilística à linguagem castiça, que renova, mais do que copia, no século XX, o sabor do verso quinhentista, foi observada por J. Mattoso Câmara, no ensaio "Um soneto de Machado de Assis".
Ao lado de conhecidos poemas como "Círculo vicioso" e "A mosca azul", o soneto "A Carolina" é considerado a mais comovente pedra de toque da obra poética de Machado de Assis.
No ano de 2006, comemorou-se o centenário de "A Carolina", publicado pela primeira vez no livro Relíquias de casa velha, soneto que não foi recolhido em algumas edições das poesias completas.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u447990.shtml
http://e-biografias.net/biografias/pedro_bandeira.php

Texto da semana para 25/03/2011

Autoria livre.